quarta-feira, 29 de outubro de 2008

SENTENÇA DE PILATOS - PARTE V



O texto da Sentença de Pilatos

Como já falado anteriormente, o texto que se encontra no Arquivo Geral de Simancas é uma cópia do século XVI em italiano. Não está em grego, latim ou hebraico. Consta apenas que a notícia de que o suposto original (desaparecido)foi descoberto em hebraico. Segue o texto:

"Sentenzia che diede Pilato contra Cristo nostro Signore -

Copia de la sentenzia che diede Pilato contra cristo nostro signore ritrovata nela cita de Laquila inoabruzo, de lanno 1580 in Certte antiquita di marmori dove si trovorno doi Cassete, una di ferro, nela quale vi era una carta bregamina et selcrito in littre ebreia Che se in terpetato deliu fraschritto tenore:

Lanno 17º de tiberio Cesare Enperador romano et di tutto il mondo monarcha in vittisimo et nelle olimpiade 121 et nelle Chiade 24 et nella Creiacione del Mondo secondo il numero e compartimento deli ebrei quattro volte 1147 dela propaggine del romano Inperio lanno 73 et de la liberacione dela servitu de la Babilonia lanno 430 et dela restitutucione del saqro inperio lanno 497 sotto li conzoli del pontechie Romano lucio pisano et marzio silaurico pro cunzoli delo in vocio valerio palestino plubico governadore de giudeia quinto flavio sotto il riggimento et governo dela Cita Jerosalem presidente gratissimo pocio pilato reggente dela bassa galilea herodiade anti patrircha et pontifice del sommo sacerdocio anna et caifas: alesmael mastro del tempio Rabaham ambel: irachino Centurione de conzoli et de la Cita di Jerosale quinto Cornelio Sublemio et sesto ponpilio Ruffo nel mese de Marzo sotto il di 25.

Yo Ponzio pilato aqui presidente de linpero romano dentro al palazo de larchiresidenza giudico connanno sentenzio a la mortte Jesu chiamato Christo Nazareno de la turba de patria galilea homo sedicioso dela legge Mosaica Contra lo magnio inperador tiberio Cesare ditermeno et pronunzio per questo che la morte sua sia nella Coroce con chiodi a hosanza di rei per che qui Congregatosi molti homini richi et poveri non ha cessato di conmovere tumulto per tutta la galilea facendosi figliolo de iddio Rre de israel con minaciar la roina di Jerosalem e del saqro inperio con dinegare lo tributo a Cesare doversi, et averio ancora auto ardire de intrare con palme e triunfo e conpaquiato da la turba como Rre dentro de la Cita di ierosalem nel sacro tempio, onde comando al mio Centurione quinto Cornelio conduca publicamente por la Cita di ierosalem esso iesu Christo ligato e flaggelato di porpora vestito e coronato di pondente spine, con la propia Croce ne li omeri accio sia esenpio a tutti li mali fattori e con lui voglio siano condotti doi ladroni homicidi et uscirano per la porta giancarola ora detta antoniana conduca seco giesu al plubico monte di scelirati chiamato Calvario dove crucifisso e morto il corpo resti su la Croce come spettacolo di tutti li malvaggi et su la Croce sia posto il titolo in tre linguaggi ebreo greco et latino Ebreo iesu aloi chisidin - Greco iesus nazareno - Latino iesus nazarenus Rex iudeoro.

Comandamo ancora che nesciuno de qual si voglia stato sosia ardischa temerariamente inpedire tal giusticia per noi comandata administrata et esiguita con ogni rigore secondo li decreti e legge del Romani come ebrei sotto pena de Rebelione alinpero Romano.

Testimoni di questa nostra sentenzia li dodeci tribui de Israel: Ravan-Daniel - Rabani II - Joan - Barbosisabet - Preticlani.
Per il sommo sacerdocio Raban - Judas - Boncasato.
Per li farisei Rolian - Simon - Daniel.
Raban - Mordogin - Boncortassitis.
Per linperio et presidente di roma: lucio sextilio amostro Silio.
Notari di questa publica Criminali per li libri: Nastan - Restena

Tradução

Sentença que deu Pilatos contra Cristo nosso Senhor -[1]

Cópia da sentença que deu Pilatos contra Cristo nosso Senhor descoberta na cidade de L’Áquila em Abruzzo no ano de 1580 em certa antiguidade de mármore onde se encontrava duas caixas, uma de ferro, na qual estava uma carta em pergaminho e escrita em hebraico que se traduziu a partir do contido:
No ano 17º de Tibério César, imperador romano e de todo o mundo, monarca invencível; na Olimpíada, 121; na Chiade, 24; na Criação do mundo segundo os números e cálculos dos Hebreus, quatro vezes 1147; da propagação do Império Romano, 73; da libertação da escravidão da Babilônia, 430; e da restituição do sacro império, ano 497 sob o consulado do pontífice romano de Lúcio Pisano e Márcio S[?]aurico, procônsul do conselho Valério Palestino; público Governador da Judéia Quinto Flávio sob o regimento e governo de Jerusalém, Presidente Gratíssimo Pôncio Pilatos, regente da baixa Galiléia, e Herodíade [Herodes] Antipatriarca [Antipas] e pontífices do Sumo Sacerdócio Anás e Caifás; Alesmael, mestre do Templo; Rabaham Ambel; Irachino, centurião dos cônsules romanos e da cidade na Cidade de Jerusalém, Quinto Cornélio Sublime e Sexto Ponfílio Rufo; no mês de março sob o dia vinte e cinco.
Eu, Pôncio Pilatos, aqui Presidente Romano dentro do Palácio da Arquipresidência, julgo, condeno e sentencio à morte a Jesus chamado Cristo Nazareno pela plebe, e de pátria galiléia, homem sedicioso da Lei Mosaica, contrário ao grande Imperador Tibério César, determino e pronuncio pela presente que sua morte seja na cruz com cravos como se usa com os réus; porque aqui congregando muitos homens ricos e pobres não tem cessado de promover tumulto por toda a Galiléia fazendo-se filho de Deus e Rei de Israel e também de ameaçar a ruína de Jerusalém e do sacro Império, negando o tributo a César, deveres e haveres; e tendo ainda o atrevimento de entrar com palmas e triunfo, aclamado da plebe como rei dentro da Cidade de Jerusalém no Sagrado templo; onde comando ao meu Centurião Quinto Cornélio que conduza publicamente pela cidade de Jerusalém esse Jesus Cristo, preso e flagelado; de púrpura vestido e coroado com alguns espinhos, com a própria Cruz nos ombros para que seja exemplo a todos os malfeitores e com ele que sejam levados dois ladrões homicidas, e sairão pela Porta Giancarola, agora Antoniana, e que leve Jesus ao monte público dos celerados chamado Calvário, onde crucificado e morto, fique seu corpo pendurado na cruz como espetáculo para todos os malvados e sobre a cruz seja colocado o título em três línguas: hebraico, grego e latim. Hebraico: iesu aloi chisidin; grego: iesus nazareno; latim: iesus nazarenus Rex iudeoro.
Ordenamos que ninguém de qualquer estado ou qualificação atreva-se temerariamente a impedir a justiça por nós ordenada, administrada e executada com todo o rigor segundo os decretos e Leis Romanas e Hebréias sob pena de rebelião ao Império Romano.
Testemunhos desta nossa Sentença pelas as 12 tribos de Israel:
Ravan-Daniel - Rabani
2º Joan - Barbosisabet - Preticlani.
Pelo sumo sacerdócio: Raban - Judas - Boncasato.
Pelos fariseus: Rolian - Simon - Daniel.
Raban - Mordogin - Boncortassitis.
Pelo Império e presidente de roma: Lucio Sextilio - Amostro Silio.
Notários dos livros da presente publicação criminal: Nastan Restena

Abaixo segue a tradução para o português do texto espanhol do século XVIII contido no livro Libro de varias noticias y apuntaciones de D. N. Guerra,bispo de Segóvia. O texto em espanhol não é uma tradução ipsis litteris do texto italiano,mas traduz bem o teor central da sentença. Esse texto em portugês traduzido do espanhol, e não a tradução direta a partir do texto em italiano (aliás, italiano do século XVI), é uma das versões que mais circula na internet e traduz muito aproximadamente o texto italiano.

"Cópia da sentença dada por Pôncio Pilatos, governador da Judéia no ano 18 (sic) de Tibério César, Imperador de Roma. Encontrada na cidade de Aquila, no reino de Nápoles.

Sentenciou Jesus Cristo, Filho de Deus e da Virgem Maria, à morte na cruz, no meio de dois ladrões, no dia 25 de Março. Achada milagrosamente dentro de uma belíssima pedra, na qual estavam duas caixinhas: uma, de ferro, tinha dentro dela outra de finíssimo marfim, onde estava a sentença, em letra hebraica, em pergaminho, do seguinte teor:
"No ano XVIII de Tibério César, imperador romano e de todo o mundo, Monarca Invencível na Olimpíada c.xxi, na Clíade xxiv e na Criação do Mundo, segundo os números e cálculos dos Hebreus, quatro vezes m.c.Ixxxvii, e da propagação do Império Romano l.xxiii, da libertação da escravidão da Babilônia m.cc.xi, sendo Cônsules do Povo Romano Lúcio Pisano e Maurício Pisarico; Procônsules Lúcio Balesma, público Governador da Judéia, e Quinto Flávio, sob o regimento e Governo de Jerusalém, Governador gratíssimo Pôncio Pilatos, regente da baixa Galiléia, e Herodes Antipas, Pontífices do Sumo Sacerdote Anás, Alit Almael o Mago do Templo, Roboan Ancabel, Franchino Centurião, e Cônsules Romanos e da Cidade de Jerusalém Quinto Cornélio Sublima e Sexto Pontílio Rufo; no dia xxv do mês de Março. "EU, Pôncio Pilatos, aqui Presidente Romano dentro do Palácio da Arquipresidência, julgo, condeno e sentencio à morte a Jesus chamado pela plebe Cristo Nazareno, e de pátria Galiléia, homem sedicioso de Lei Mosaica, contrário ao grande Imperador Tibério César; e determino, e pronuncio, pela presente, que sua morte seja na cruz, e pregado com cravos como se usa com os réus, porque aqui congregando e juntando muitos homens ricos e pobres não parou de causar tumultos por toda a Judéia, fazendo-se filho de Deus e Rei de Jerusalém, ameaçando trazer a ruína para esta Cidade, e para seu Sagrado Templo, negando o tributo a César, e tendo ainda tido o atrevimento de entrar com palmas, em triunfo, e com parte da plebe, na Cidade de Jerusalém e no Sagrado Templo. E ordeno que meu primeiro Centurião Quinto Cornélio leve publicamente Jesus Cristo pela cidade, amarrado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado com alguns espinhos, com a própria Cruz nos ombros para que seja exemplo a todos os malfeitores; e com ele que sejam levados dois ladrões homicidas, e sairão pela Porta Sagrada, agora Antoniana, e que leve Jesus ao monte público da Justiça chamado Calvário, onde crucificado e morto fique o corpo na Cruz, como espectáculo para todos os malvados; e que sobre a Cruz seja colocado o título em três idiomas, e em todos três (Hebraico, Grego e Latim) diga:
IESUS NAZAR. REX IUDAEORUM.
"Da mesma maneira, ordenamos que ninguém de qualquer estado ou qualificação atreva-se temerariamente a impedir tal Justiça por mim ordenada, administrada e executada com todo o rigor segundo os decretos e Leis Romanas e Hebréias, sob pena de rebelião ao Império Romano Testemunhos da Sentença: pelas 12 tribos de Israel, Rabain Daniel, Rabain seg.12, Joannin Bonicar, Barbasu, Sabi Potuculam. Pelos Fariseus, Búlio, Simeão, Ronol, Rabini, Mondagul, Boncurfosu. Pelo Sumo Sacerdócio, Rabban, Nidos, Boncasado,
Notários desta publicação; pelos Hebreus, Nitanbarta; Pelo Julgamento, e pelo Presidente de Roma Lúcio Sextilio, Amásio Chlio." [1]

Vê-se claramente que, embora substancialmente os textos digam a mesma coisa, há divergências em pormenores, anos e nomes. O mesmo se dá com a variante francesa e as inúmeras versões que pululam na internet.
Na parte VI de nosso estudo falaremos da descoberta francesa do texto da sentença.

NOTAS

* Na fota acima: cópia do manuscrito da em italiano da Sentença de Pilatos. Disponível em: http://www.ilcapoluogo.com/news.php?item.5.1

[1] Feita por Joalsemar dos Reis Araújo a partir do texto italiano transcrito na obra Los Evangelios Apócrifos de AuRélio de Santos Otero, páginas 533-535.

[2]Disponível em http://www.astrologosastrologia.com.pt/gnosticismo&apocrifos=epistola+pilatos.htm

REFERÊNCIA
Otero, Aurélio de Santos. Los Evangelios Apócrifos. Madrid: Editorial Católica,1963.