segunda-feira, 27 de outubro de 2008

SENTENÇA DE PILATOS - PARTE II


Poncio Pilatos
Pôncio Pilatos (em latim Pontius Pilatus), foi Prefeito [1] da província romana da Judéia entre os anos 26 e 36 d.C. Sua administração foi considerada pelos judeus como opressora e insensível às peculiareidades da cultura e religião judaicas. O fato mais importante associado a vida de Pilatos foi ele ter julgado e condenado a Jesus Cristo. Após um massacre de samaritanos, estes queixaram-se ao legado da Síria, Vitélio, que encaminhou Pilatos a Roma para prestar contas de seus atos ao imperador Tibério. Quando de sua chegada a Capital imperial, Tibério já estava morto e em seu lugar reinava Calígula. Não se sabe mais nada seguramente sobre sua vida após isto.
Segundo Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, Pilatos caiu em desgraça junto ao Imperador e cometeu suicídio por volta do ano 37 d.C. Segundo o teólogo e historiador holandês do século XVII, Cornélio a Lapide, Calígula baniu Pilatos para Vienna (atual Vienne) na Gália (atual França) tendo morrido em miséria.
Segundo a obra Legenda Aurea de Jacobus de Voragine, o cadáver de Pilatos foi lançado no rio Tibre (Roma), provocando tal tempestade que foi necessário retirá-lo. Levado à Vienna, nas Gálias, foi lançado no rio Ródano ocasioando o mesmo problema; como em toda parte se manifestavam as mesmas crises climáticas, por fim seu corpo foi atirado num pequeno lago, situado sobre o monte Frakmüd, próximo ao lago de Lucerna, sendo denominado, por isso Monte Pilatos. No cume do monte, foi vista por noites seguidas, uma sombra singular, tendo a forma humana, e em atitude de lavar as mãos. Até que, por fim, o mau espírito de Pilatos encontrou descanso.
Se na cristandade ocidental, Pilatos teve essa imagem nefasta, a cristandade oriental o exaltou como santo e mártir cristão. Nessa tradição, Pilatos é retratado como um convertido a fé cristã junto com sua esposa Cláudia Prócula, a qual é venerada como santa na Igreja Ortodoxa pela defesa que fez de Jesus (Mt 27.19). Inclusive, o próprio Pilatos está contado entre os santos da igreja etíope e copta tendo seu dia festivo em 25 de junho.
Para maiores informações históricas sobre Poncio Pilatos e seu governo na Judéia recomendo as seguintes páginas:
http://www.airtonjo.com/historia46.htm
http://www.presbiteros.com.br/exegese/XXXIVDOMINGO.htm
http://www.bible-history.com/empires/pilate.html

Na terceira parte falaremos do Ciclo de Pilatos.

NOTAS
* A imagem acima é de uma incrição achada em Cesaréia que contém o nome de Pilatos. Ver mais em http://www.bible-history.com/empires/pilate.html
[1] O prefeito, e posteriormente o procurador, era um administrador ligado ao legado romano que governava a província da Síria e dele dependia. Residia em Cesaréia, porém ia a Jerusalém e podendo lá permanecer conforme ditassem as circunstâncias.

REFERÊNCIAS

Cesaréia, Eusébio de. História Eclesiástica. 4. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5. ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2001. 6 v.

Regattieri , Padre Carlos. O Processo de Jesus. Disponível em: http://www.paginaoriente.com/processo/processo.htm