segunda-feira, 30 de julho de 2007

BÍBLIA: Verdade ou Mentira V

Reinos Desaparecidos?

A revista diz que muitos reinos e locais descritos na narrativa bíblica não existiam na época em que se teria dado o Êxodo, o qual teria se dado no século XIII a.C. Como a revista não especifica que reinos e locais seriam estes, somos obrigados a concluir que a matéria se refere aos antigos reinos de Edom, Moabe e Amom, com os quais Israel teve que se deparar durante sua peregrinação pelo deserto. Porém, a Arqueologia tem demonstrado que entre 1900 e 1300 a.C. (séculos XIX a XIV) na área destes reinos houve uma interrupção de vida em cidades, não havendo vestígios de civilização. Mas a partir do século XIII houve um reflorescimento de sua civilização. Portanto, se o Êxodo se deu no século XIII a.C., como diz a revista, estes reinos já existiam. É bom lembrar que o século XIII não é a única data que os estudiosos dão para o Êxodo. Há muitas evidências bíblicas, históricas e arqueológicas que situam o Êxodo no século XV a.C. Mesmo assim, a ausência de urbanização desses reinos não significa que eles não existiam no período, pode também significar que não possuíam um estágio de civilização capaz de deixar grandes vestígios; seriam reinos semi-nômades, fato historicamente compreensível. A matéria diz que locais mencionados no texto bíblico não existiam, mas ela não dá evidências que comprovem o que ela afirma. O fato de não se poder identificar hoje muitos dos locais mencionados não significa que eles não existiram. Não podemos esquecer que, independente de se crer ou não que a Bíblia é a Palavra de Deus, ela é o registro histórico antigo mais bem confirmado pela Arqueologia. Portanto é racional que demos crédito a este livro que tem se mostrado digno de confiança em seus relatos históricos. A Arqueologia localizou as cidades egípcias de Pitom (Tel er-Retabé) e Ramsés (Tânis) mencionadas em Êxodo 1.11. O relato da travessia do povo de Israel pelo deserto menciona vários fenômenos da Natureza que se dão na área mencionada pela Bíblia, como por exemplo o aparecimento das codornizes (Êxodo 16.3; Números 11.31-35).
Embora a revista afirme que tudo não passa de lenda, ela procura explicar cientificamente as dez pragas do Egito como um desastre ecológico (p.45). Ela alista uma possível explicação para cada uma das pragas, mas não explica por que esses fenômenos teriam acontecido numa mesma época, e um atrás do outro. Que fator teria desencadeado esses fenômenos? A própria revista reconhece que a praga do granizo pode ter ocorrido e é um fenômeno raro. O fato de essas pragas serem típicas da região reforça a veracidade do texto bíblico de que o autor da Torá conhecia sobre do que estava falando. O mais interessante é em relação à explicação sobre a morte dos primogênitos. A explicação, que se apresenta como racional, é tão imaginativa como qualquer lenda. Os primogênitos podiam ser os primeiros a comer, mas não os únicos. Assim todos os que comeram do alimento intoxicado deveriam ter morrido, não só os primogênitos. Para justificar esta incoerência a matéria diz que isto se deu num tempo de escassez, assim os primogênitos teriam tido preferência na alimentação. Pura imaginação.
Assim, vemos que o autor da matéria não fez uma matéria totalmente digna de crédito, visto mostrar só um lado da questão.

Imagens:
Mapa de Israel sob Saul, Davi e Salomão e reinos vizinhos. Fonte: A Bíblia.
Liga de Estudos Bíblicos, Ed. Abril,1964.
Foto do deserto de Sin que os israelitas atravessaram rumo à Canaã.
Fonte:www.meridianmagazine.com